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Back to basics

No princípio, era uma história e a mensagem. Algo que cativava, que chamava a atenção, que nos trazia novas perspetivas e informação confiável sobre um qualquer tema. Os media, ou órgãos de comunicação social, digitais ou impressos, sempre foram a base da nossa formação sobre o mundo que nos rodeia.

Thomas Jefferson, terceiro presidente americano e principal autor da carta de independência, sintetizou claramente a importância de uma imprensa forte e dinâmica quando afirmou “(..) and were it left to me to decide whether we should have a government without newspapers or newspapers without a government, I should not hesitate a moment to prefer the latter. But I should mean that every man should receive those papers & be capable of reading them.” Esta afirmação mantém-se tão atual aos dias de hoje quanto na altura. Os órgãos de comunicação têm evoluído ao longo do tempo para criar modelos comprovados de governação e de validação da informação que são uma garantia de veracidade da informação para o leitor, fundamentais numa altura em que a desinformação nos é apresentada diariamente de forma mais ou menos credível, sendo o recente exemplo da BBC um caso exemplar de como devem responder aos seus erros, com transparência e rapidez. Em Portugal, segundo o mais recente estudo do Reuters Institute (Digital News Report 2025), 54% dos cidadãos acreditam na maioria das notícias que leem e os estudos da Marktest continuam a mostrar elevados níveis de adesão à leitura de publicações, inclusivamente em papel, apesar da continuada redução no número de leitores.

Os mais recentes desafios colocados pelo crescimento e transição para o digital conduziram a um alargamento da presença dos media a novos formatos e novos canais, das redes sociais aos podcasts, do brandedcontent a iniciativas como os eventos. Os órgãos de comunicação social renovaram-se, mudaram e passaram por períodos de concentração e desaparecimento de títulos relevantes, mas mantêm o seu papel fundamental de informação, ponderada e equilibrada.

Em simultâneo, os consumidores, com especial relevância para a geração Z, têm vindo a escolher mais criteriosamente e a reduzir a sua presença nas redes sociais, onde a acrimónia e as fake news são um problema de difícil resolução, procurando interações mais reais e com significado. Há já vários bons exemplos: o Offline club, a recente iniciativa legislativa na Austrália para limitar o acesso a redes a menores de 16 anos, a proibição de smartphones e tablets em recreios implementada pela Dinamarca, em conjunto com projetos educativos fundamentais como o Pinóquio na Escola, para elevar a literacia mediática e combater a desinformação.

Todo este contexto cria novas oportunidades de relevância para os órgãos de comunicação social, mas também para as marcas que saibam investir, capitalizando na sua relevância perante os consumidores (e leitores) e criando iniciativas criativas que juntem o mundo físico e o digital para reforçar relações mais pessoais e próximas. Os consumidores continuam, no fundo, a ambicionar o que é autêntico, o que é personalizado, o que os entretém, o que lhes abre novas perspetivas. Em todas estas dimensões, os órgãos de comunicação social podem ter um papel relevante. No fim, continua a ser uma história e a mensagem.

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